Ao contrário do que muita gente pensa, escolher o carro ideal não costuma ser tão fácil. Afinal de contas, é uma compra que normalmente envolve o compromisso de boa parte do orçamento mensal e que afeta diretamente a maneira de como se leva o dia a dia. É preciso, por isso, conciliar desejos e necessidades para tomar a melhor decisão possível.
Você está nessa fase de procura por um veículo e ainda tem muitas dúvidas? Então não deixe de conferir agora mesmo as dicas que trouxemos para ajudá-lo!
1. LEVE EM CONTA SEU ORÇAMENTO HOJE
Um carro que oferece o que há de melhor nos quesitos conforto e tecnologia provavelmente o conquistará no primeiro instante. Isso porque um acabamento de primeira, sistemas multimídia, rodas, teto e até bancos inteligentes causam uma impressão realmente muito difícil de ignorar.
Mas você não pode se deixar levar por cada item que um concorrente oferece de diferente do outro. Assim, quando menos perceber, acabará deixando de lado os valores que realmente pode pagar. Então nada de sair dos trilhos! Mantenha-se firme às suas condições, faça uma projeção de quanto tem para investir e respeite esse limite.
2. CONSIDERE TAMBÉM O AMANHÃ
Na prática, as despesas com o veículo mal começam quando você faz a compra. Dependendo do modelo escolhido, os gastos com impostos, seguro, manutenção e combustível podem
tanto transformar o barato em caro como fazer o caro valer a pena ao pagar sua diferença em pouco tempo.
Hoje em dia, por exemplo, um importado de 10 anos atrás pode ser vendido pelo mesmo preço de um popular zero quilômetro. O detalhe é que, por mais que esteja muito bem conservado, ofereça luxo e um desempenho bem superior, é bem provável que seus gastos com gasolina e a primeira troca de peças já deixem seus cabelos em pé.
Por isso, procure saber a respeito do período de garantia dos modelos, pesquise o custo médio da sua manutenção, bem como os valores do IPVA, os índices de consumo de combustível e ainda faça a cotação de um seguro. Melhor prevenir agora que se arrepender depois, não concorda?
3. CONTE QUANTAS PESSOAS USARÃO O CARRO
Se você não vai dividir o carro com pais, irmãos ou colegas nem levar os filhos para a escola, um modelo muito grande provavelmente significará desperdício de peso e espaço. Uma rotina de uso predominantemente por uma ou, no máximo, 2 pessoas segue com muito conforto em um carro sem espaço de sobra nos bancos traseiros e no porta-malas, por exemplo.
4. PREVEJA A ROTINA DE USO
Qual o objetivo de ter o carro? Se você quer ir e voltar do trabalho ou da faculdade todos os dias, fazendo um trajeto bem curto, é mais que possível que um modelo econômico e compacto seja suficiente. Já se sua intenção é fazer viagens, talvez seja interessante buscar um pouco mais de espaço e robustez. Nesse caso, que tal uma caminhonete ou algum outro modelo com espírito aventureiro, que pode oferecer acessórios muito úteis para esses trajetos?
Mas é claro que também dá para atender a uma rotina composta por uma mistura de trajetos e necessidades. É sim possível encontrar o equilíbrio ideal para a vida na cidade e nas estradas — de terra ou de asfalto. Para tanto, basta dar a devida importância a esse ponto na hora de escolher o carro mais adequado para você!
5. AVALIE NOVOS E SEMINOVOS
Ainda pensando no seu bolso, faça sempre um comparativo entre um modelo zero quilômetro e o mesmo carro, só que com alguns anos de uso. Muitas vezes, é possível conseguir excelentes negócios, encontrando carros com o mínimo de desgaste e até ainda dentro da garantia.
Comparando modelos iguais, com as mesmas características e opcionais, fica fácil entender que vale a pena comprar um seminovo por um preço muito abaixo do praticado no mercado. Mas você ainda pode se deparar com situações em que o modelo zero é estilizado, oferecendo grandes inovações em segurança e conforto. E tudo isso pode fazer um valor mais alto se tornar mais atrativo. Portanto, avalie sempre ambas as possibilidades!
6. EXIJA QUALIDADE MÁXIMA
Modelos de entrada costumam apresentar alguns caprichos a menos, além de materiais mais econômicos na composição de painéis, molduras, maçanetas, itens de desempenho e conforto em geral. O nível vai melhorando conforme você caminha pelo leque de produtos das
montadoras, podendo também ser bem diferente na concorrência, mesmo em carros que deveriam estar equiparados em tudo.
O ideal é considerar os melhores atributos entregues em cada detalhe, pois isso vai muito além do conforto. Então se lembre: maior qualidade quase sempre é sinônimo de um carro com melhor desempenho e menos dor de cabeça com manutenção.
7. MANTENHA O FOCO NA SEGURANÇA
Uma outra questão diretamente relacionada à qualidade é a segurança. Equipamentos cuja qualidade é testada e garantida são grandes aliados não só seus, mas de todas as outras pessoas envolvidas no trânsito.
A boa notícia é que a preocupação com a proteção das pessoas cresceu bastante nas últimas décadas, fazendo até com que airbags frontais e freios ABS se tornassem obrigatórios nos carros produzidos por aqui. Indo além desses itens, quanto mais segurança um modelo puder oferecer (como estrutura reforçada, controle de estabilidade e airbags laterais), melhor.
8. FAÇA O TEST DRIVE
Toda oportunidade de conhecer melhor um produto antes de efetivamente comprá-lo parece uma ótima pedida, não é mesmo? Pois se você acha importante sentar em um sofá ou folhear uma revista antes de levá-los para casa, o mesmo vale para o carro pelo qual você se interessa!
As concessionárias costumam separar exemplares dos modelos mais vendidos para um atendimento imediato, além de normalmente agendarem sem problemas o teste de outros, a princípio menos acessíveis. Essa é a hora de avaliar principalmente itens dinâmicos, aqueles que fazem a diferença quando o carro está em movimento.
Mesmo que, no papel, um veículo possua um motor ligeiramente melhor que o de outro, é com as mãos na direção que você realmente saberá distinguir o melhor. Sinta também os pedais, o banco e a visibilidade em torno do carro para, ao final, ter mais propriedade para dizer qual modelo agrada mais.
9. EVITE COMPRAR IMEDIATAMENTE
Mesmo tendo gostado do que viu após um test drive, nada de tomar a decisão na hora! De frente para o vendedor, a pressão da boa experiência ainda recente, das condições de pagamento facilitadas e até do cafezinho da concessionária podem desviá-lo da melhor decisão. Tire um tempo para avaliar tudo com calma e, se preciso, volte, anote, negocie, pesquise mais e compare os concorrentes.
Por mais que você tenha uma necessidade imediata do carro, tire pelo menos algumas horas para o processo, considerando os prós e contras mais de uma vez. Acredite: essa pausa estratégica pode te salvar de fazer um mau negócio.
10. BUSQUE POR UMA BOA CONCESSIONÁRIA
É simplesmente essencial buscar boas referências de agências e concessionárias. Afinal de contas, o histórico de vendas é o que constrói a reputação do estabelecimento no mercado. E como tem um nome a zelar, a loja não repassará um carro qualquer para seus clientes. Lidando com uma boa empresa, a qualidade é garantida. Sabendo disso, informe-se com amigos e conhecidos que tenham feito alguma aquisição recente nesse setor.
Além disso, desconfie se o preço do carro oferecido pela empresa for muito menor do que o valor médio praticado pelo mercado — especialmente se o veículo estiver aparentemente em boas condições. A concessionária está oferecendo muitos descontos? Fique de olho!
11. REVISE A DOCUMENTAÇÃO
Muitas lojas de carros usados repassam veículos nos moldes de consignação — pertencem a terceiros. Já imaginou se o carro dos seus sonhos ainda está em fase de financiamento ou tem alguma questão pendente em bancos e financeiras? Pensando nisso, não deixe de se informar sobre a situação do veículo. Para isso, peça o documento do automóvel e anote o número do Renavam. Com esses dados em mãos, acesse o site do Detran e verifique se existem multas ou quaisquer outras pendências.
Mesmo em situações que pareçam bem vantajosas e de negócio rápido (como em feirões), é mais que válido revisar a documentação com cuidado. Por mais que o vendedor afirme que todos os carros foram periciados e estão em nome da loja, não seja convencido tão facilmente. Desconfie e exija os documentos!
12. VERIFIQUE A QUILOMETRAGEM
O carro parece perfeito. Você olha a quilometragem e vê que rodou muito pouco. Daí o vendedor diz que o antigo dono quase não usava o automóvel, que só ficava na garagem. Parece ótimo, certo? Mas vá com calma! Não custa nada desconfiar desses veículos que exibem no painel uma baixa quilometragem
Como você deve saber, é sim possível adulterar o velocímetro. E, infelizmente, muitas pessoas mal-intencionadas o fazem. Para ter uma base, portanto, lembre-se de que, em média, a rodagem de um veículo pode variar entre 10 e 15 mil quilômetros anuais. Para garantir, leve um mecânico de confiança para fazer uma avaliação e ajudá-lo a escolher o carro. Assim você aumenta suas chances de não levar gato por lebre.
13. IDENTIFIQUE DANOS POR COLISÕES GRAVES
Colisões graves, que podem causar danos que desvalorizam o carro, costumam deixar rastros mesmo após uma boa reforma. Para identificar esses vestígios, faça uma vistoria à luz do dia, com a pintura do veículo seca e limpa. Busque primeiramente por diferenças na cor. Além disso, avalie a simetria no encaixe das diversas partes do carro, como portas, faróis, capô e para-choques. Note também se há ondulações na lataria.
Dar pequenas batidinhas da lataria ajuda a descobrir se houve a aplicação de massa plástica, já que o barulho nesse ponto fica diferente. Embora isso possa afetar o valor de compra, o mais importante é avaliar se a estrutura do veículo sofreu avarias.
O Detran estabelece que, em casos mais graves de colisão, seja registrado no documento do carro a palavra sinistrado. Na prática, porém, isso nem sempre ocorre. Se ainda ficar desconfiado, você pode contratar uma empresa especializada para fazer a inspeção, pedir a um mecânico de confiança para dar uma olhada ou simplesmente passar para outro automóvel.
14. CHEQUE CARACTERÍSTICAS DE DESGASTE
No caso de seminovos, avalie se o desgaste condiz com a data da fabricação. Nesse sentido, o passo mais simples consiste em avaliar o estado dos pneus: uma superfície irregular pode revelar problemas no alinhamento e na suspensão.
Para verificar os amortecedores, use o peso do corpo para empurrar para baixo cada um dos para-lamas. Em perfeito estado, o carro vai balançar e voltar a seu estado normal. Se não parar de balançar, é porque os amortecedores já precisam ser trocados. Lembrando que você pode aproveitar o test drive para avaliar as condições gerais do veículo, ok?
15. OUÇA SEU CORAÇÃO
Por fim, ainda vale lembrar que essa não é uma compra totalmente racional. Se o modelo de carro que você escolheu atende a todas as suas necessidades, mas não o faz abrir um sorriso ao sentar no banco do motorista, pode apostar que os defeitos não demorarão a aparecer a seus olhos. Assim, um bom negócio pode acabar se tornando uma grande frustração.
O modelo de carro adequado para você é, assim, o que alia as melhores condições para sua rotina e a das pessoas próximas a você com a realidade do seu bolso. Mas só escolha aquele que melhor atenda a tudo isso e ainda dê o máximo de prazer ao volante!
[Rodobens]