Enquanto o Brasil caminha cauteloso para implementar seu
programa de inspeção veicular, países da Europa realizam esse tipo de ação há
décadas. A Alemanha, por exemplo, vistoria seus carros há mais de 100 anos. Na
verdade, desde 1880, com a Revolução Industrial, todos os sistemas mecânicos do
país, inclusive equipamentos pesados, são verificados regularmente para manter
as máquinas em ordem.
Na Alemanha, os carros novos passam pela primeira inspeção após três anos de
uso. Depois, o prazo é reduzido para dois anos. A verificação leva 15 minutos
e, se algum componente do carro estiver fora de especificação, um relatório é
emitido e o motorista tem um mês para fazer os reparos e realizar uma nova
verificação. Feito isso, o veículo recebe um adesivo na placa com o ‘OK’ final.
Caso alguém não faça a vistoria uma multa é aplicada.
Os principais itens verificados são sistema de freios, pneus, cambagem,
suspensão, lataria e, principalmente, o nível de emissões de gases poluentes.
No Brasil, a Resolução 716/2017 do COTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), torna a vistoria obrigatória a cada 2 anos para veículos com mais de 3 anos de uso. Contudo, a Resolução foi suspensa pelo próprio COTRAN e não possui uma data prevista para começar. O Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) informou que a suspensão se deu porque não havia requisitos suficientes para a elaboração do cronograma. O Código Brasileiro de Trânsito, em vigor desde 1998, relata no artigo 104 a obrigatoriedade da verificação. Há uma estimativa de que 30% dos carros que rodam atualmente no Brasil seriam reprovados caso o programa já estivesse valendo.