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Quanto custa a blindagem de um carro? Veja preços das mais baratas

Você sabia que o Brasil tem a maior frota de carros blindados do mundo? Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), quase 30 mil veículos receberam proteção balística apenas em 2023. Porém, ainda não se trata de um serviço acessível. Portanto, qual será o valor mínimo que alguém deve desembolsar para blindar um carro?Autoesporte consultou especialistas da área para chegar a uma resposta.

Quanto custa?

O motorista interessando em blindar um carro com o nível mais simples de proteção, chamada de I-A, irá desembolsar entre R$ 50 mil e R$ 55 mil. A resistência balística, entretanto, suporta apenas armamentos com calibres entre 22 e 38 mm, conforme a tabela divulgada pelo Exército Brasileiro.

Existem três níveis de blindagem disponíveis para uso civil. Confira abaixo os níveis de proteção balística:

Blindagem de veículos

Nível de blindagemProteçãoUso
I-AArmas de fogo com calibres entre 22 e 38Civil
II-APistolas 9 mm e revólveres Magnum 375Civil
III-ARevólveres Magnum 44 e submetralhadoras UziCivil
IIIFuzis AK-47, AR-15, FAL, G36, G3, entre outrosRestrito
IVMetralhadoras 338 Lapua Magnum e granadasProibido para civis
VMetralhadoras .50 BMGProibido para civis

Fonte: Exército Brasileiro

No estado de São Paulo, onde mais de 100 blindadoras operam, o motorista terá de gastar em torno de R$ 90 mil para reforçar a estrutura de um carro popular em nível III-A. Este é o tipo de proteção mais buscado no Brasil, segundo Mário Brandizzi Neto, sócio-proprietário da BSS Serviços de Blindagem.

Este é o valor de um Hyundai HB20 Platinum. Portanto, para blindar o hatch coreano em nível III-A, o proprietário terá de desembolsar o mesmo preço pelo serviço. Isso fará o valor final do veículo dobrar.

BYD Dolphin em processo de blindagem — Foto: Cauê Lira/Autoesporte
BYD Dolphin em processo de blindagem — Foto: Cauê Lira/Autoesporte

Se for um carro elétrico, como o BYD Dolphin, o valor da blindagem pode chegar aR$ 140 mil. Isso porque as oficinas precisam de mão de obra especializada, equipamentos de ponta e protocolos de segurança rígidos, de acordo com Nelson Fernando da Silva, consultor pós-graduado em Engenharia de Veículos Elétricos.

Como funciona a blindagem?

“O serviço de blindagem é regulado pelo exército. As empresas precisam ter autorização das forças armadas para operar no ramo, uma vez que manuseamos produtos balísticos”, explicou Fabiano Cruz, diretor comercial da BSS.

A Abrablin declara que 95% dos carros blindados do Brasil têm proteção de nível III-A, a mais resistente autorizada para uso civil geral. No caso da blindagem de nível III, ainda mais impenetrável, será necessária uma autorização especial do exército antes de dar início ao procedimento. Já os níveis IV e V são proibidos para civis, em quaisquer circunstâncias.

Veja o passo a passo para solicitar a blindagem

Blindar um carro envolve muitos processos e até o Exército Brasileiro — Foto: Divulgação
Blindar um carro envolve muitos processos e até o Exército Brasileiro — Foto: Divulgação

O motorista interessado em blindar um carro deve procurar uma empresa licenciada para dar entrada na autorização junto às forças armadas e ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Após a aprovação, o serviço começa.

O veículo será encaminhado para o início da aplicação dos reforços estruturais. A primeira etapa é a desmontagem, onde partes da carroceria e do interior, como vidros, forros, painéis e bancos, serão removidas.

Depois, as blindadoras instalam manta de aramida (também chamada de Kevlar) em toda a estrutura da lataria. Trata-se de uma fibra sintética de alta resistência, capaz de proteger contra cortes e perfurações, usada em coletes à prova de balas. Em regiões frágeis, como maçanetas e fechaduras, a blindadora poderá utilizar aço balístico.

Por conta dos materiais, a blindagem vai aumentar em torno de 150 kg do peso total do veículo. “É como dirigir com duas pessoas a mais na cabine, o tempo todo”, disse Mário Brandizzi.

O processo seguinte consiste na instalação dos vidros, que podem chegar a 20 mm de espessura para aguentar tiros de submetralhadoras. O mesmo procedimento funciona para os teto-solares, sejam eles individuais ou panorâmicos — mas isso acabará elevando o custo total com materiais e mão de obra.

Por fim, o veículo será remontado, higienizado e submetido a testes de qualidade. O proprietário terá de solicitar um novo Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV-e) antes de retirá-lo na oficina.

[AutoEsporte]